quinta-feira, 21 de abril de 2011

PELOTÃO DO XERÉM - Amor e Revolução – a novela sobre os anos de chumbo

Desde o dia 5 de Abril, nas telas das Tevês, as cenas da Novela AMOR  E REVOLUÇÃO. Misturando Cenas de Romantismo, intrigas, perseguições, torturas a dar com pau, a novela  parece que está agradando. Quem viveu aquele período tão recente, cheio de controvérsias,  ao assistir às cenas, logo lhe vem à mente as sensações e emoções daqueles tempos que  a  47 anos agitaram os meios políticos, culturais, artísticos, financeiros. Não houve segmento que possa  ter passado em branco sem sofrer algum tipo de ação ou pressão dos órgãos policiais de então. Se do lado dos torturadores haviam os famosos personagens  conhecidos, do outro lado, os torturados, também em grande número. Alguns com nomes trocados, outros com os nomes certos, os jovens de hoje assistem a isto, até com certo medo ou dissabor. Muitos tiveram suas vidas ou carreiras ceifadas pelos atos ditos de torturas mas o período que antecedeu “o golpe” como dizem em certas partes da novela,  e “Contra Revolução” como dizem outros, pois a dita Revolução  ou Golpe veio por fim a um tempo de  incerteza política –social -financeira,  estabelecidas  por um governo que, embora  eleito pelo povo, fugiu  ao desenho – gabarito  próprio dos governos  pós Vargas. Sensivelmente simpático ao modelo Socialista Soviético –Chinês - Cubano, o Governo que foi deposto pela Ação Cívico-Militar havido dado sopa para o Azar. E pagou caro por isso. Os livros escolares de hoje, sinceramente não contam toda (ou nenhuma) verdade sobre este período.  Claro que o autor procurou cercar-se de “bons “informantes”, mas duvido que estes não fossem inteiramente isentos de culpa, revanchistas ou até mal informados. Ali, as forças citadas como as mantenedoras da tirania  e da tortura, são, claramente, as Forças Armadas e as Forças Auxiliares, os órgãos por eles criados para investigar, prender, interrogar e instituir o processo de “defesa da pátria.”.Sabe-se que boa parte do Alto Comando das FA era contra as sessões de tortura. Mas para curar grandes males, às vezes os remédios  sempre são os mais amargos. E como disse certa vez, uma Autoridade Católica da época, quando inquirida por um/a jornalista sobre o que achava das denuncias sobre torturas, torturados e torturadores, ele sai-se com esta:-“ Vocês devem saber que certas respostas não se conseguem com bolachas e biscoitos.” Biscoitos não sei se houve alguns, mas bolachas sobraram muitas pras caras dos que eram pegos  pelos órgãos ditos legais.
Já estamos pelo décimo capitulo da novela. Lá pelo vigésimo, retorno aqui para outros comentários. Até lá, outros contornos devem ser dados à obra.  Porque, pelo jeito que estou vendo, está me  parecendo coisa da COMISSÃO DA VERDADE, que se pretendeu (ou pretende) instalar no país e que, por enquanto, está “stand by”. Porque estou achando que se não houver algumas manifestações a respeito, vão apelar para o dito “quem cala consente”. Daí para requentarem a proposta, um simples estalar de dedos e estará feita a bagunça. Vamos lá Coronéis e Generais que na época eram Tenentes e Capitães, teclem algo a respeito, dando nomes aos bois.Porque a moçada da TV está dando as cartas. E ameaçam jogar de mão.
XEREM-18/ABRIL/2011-
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Um comentário:

Anônimo disse...

Fico a imaginar o que diria o Cel. TIBÉRIO VACARIANO, o ranzinza e obstinado personagem de INCIDENTE EM ANTARES, de Érico Veríssimo, ao assistir os ou algum dos capítulos da novela acima.Dá para imaginar o que diria o personagem fictício mas não dá para ler uma só palavra de um militar dos dias atuais.Pode isso???Xerem021-abril-2011