segunda-feira, 11 de abril de 2011

Pelotão do Xerém - Louco ou terrorista?

Repercute e abala a sociedade brasileira o desatinado ato do jovem que assassinou barbaramente inocentes alunos de uma Escola em Realengo.
O porquê, ninguém sabe. Vasculha - se a vida do alucinado, e verifica - se que vivia obcecado e simpatizava com as bárbaras idéias apregoadas pelos terroristas religiosos.
Por sua livre e espontânea vontade decidiu, na sua desvairada mente, ser o juiz e o carrasco, e imbuído desta “santa convicção”, foi até a Escola, e aterrorizou.
Dizem, e os indícios apontam, foi um ato doentio. A mente já desvairada foi soçobrando, até que a razão foi – se, e deu lugar ao delírio da matança e prevaleceu à sanha da vingança, o desejo de punir, de matar.
E, cruelmente, o abominável atingiu seus desejos de forma formidável.
A pecha de louco, de paranóico, de esquizofrênico e de portador de outras doenças similares foram epítetos de uma gama de psiquiatras e psicólogos para a terrível figura.
Era louco? Sim, inegavelmente. Tanto que se suicidou após o massacre. Era uma bomba humana? Sim, quando explodiu poderia ter matado apenas um ou dois estudantes, contudo, imolou a muitos, doze.
No passado, tivemos semelhantes atos de terrorismo, felizmente, sem tantas vítimas. Mas, poderíamos ter assistido à destruição e ao luto de uma dezena, quiçá centenas de famílias, pois os autores colocaram bombas em locais públicos, sabedores que o seu instrumento de trabalho poderia matar, não apenas algum pretenso alvo, mas os populares no entorno.
Assim, foram entre outros, os atentados de tresloucados (?): a explosão de bomba deixada por uma organização comunista nunca identificada, em protesto contra a aprovação da Lei Suplicy, em 12/11/64; a explosão no Aeroporto de Internacional de Guararapes, em 25/07/66; a bomba que explodiu no QG do II Exército em São Paulo, em 26 /06/68; e a bomba jogada por terroristas embaixo de uma viatura da polícia, estacionada em frente da 9ª Delegacia de Polícia, em 07/01/69.
Morreu alguém? Sim, no primeiro, o vigia Paulo Macena e seis inocentes foram feridos gravemente; no segundo, dois mortos e dezessete feridos; no terceiro, foi estraçalhado o corpo do jovem soldado Mário Kozel Filho e outros dois soldados gravemente feridos; e no quarto, morreu Alzira Baltazar de Almeida que passava pelo local.
Infelizmente, a justiça não julgou os responsáveis, e nem vai julgá- los. Nunca.
Se o fossem, seriam condenados? Seriam julgados incapazes por portarem algum abalo no sistema nervoso? Eram loucos? Ou terroristas? Acreditavam em alguma crença ideológica que os impelia a explodir, a quem quer que fosse, pelo simples desejo de cumprirem alguma gloriosa missão?
Não consta que após seu ato vil tenham cometido suicídio.
Perplexos perguntamos, qual é o tamanho da indignação nacional?
Ah, concluímos que, diante de poucas vítimas, esboça apenas um leve muxoxo. Exigir justiça e clamar por medidas, só após serem contabilizados mais de dez, onze, doze... chacinados ou explodidos.
É, meus preclaros, a justiça e a sociedade brasileira estão de mãos dadas, pois menos de dez mortos, uma ninharia, é mero acidente de percurso.
Um caso deste pequeno porte, quando muito, a pena deve ser a prestação de serviço público, em algum Órgão do Governo, com remuneração, é obvio.
É por isso, que vamos encontrar alguns daqueles desatinados, ocupando algum cargo no governo e nas autarquias. É a sanção pelo seu “idealismo”.
Na verdade, eles foram condenados, e nós não soubemos (julgamento secreto?). Por isso, acertadamente, a Comissão da Verdade só irá destrinchar os abusos (?) cometidos pelo outro lado.
Brasília, DF, 11 de abril de 2011
Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira
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